quarta-feira, 13 de abril de 2011

ELBA RAMALHO HOMENAGEOU LUIZ MENDONÇA NA INAUGURAÇÃO DO TEATRO QUE LEVA O NOME DO DIRETOR

Temeu-se que um imprevisto problema no vôo de Lenine atrasasse o show que ele faria, apenas para convidados, com a Orquestra Sinfônica do Recife, regida pelo maestro Osman Gioia. O cantor, que gravava para o Programa do Faustão no Rio, no entanto chegou na hora certa, para o evento que fechou a cerimônia de abertura oficial do Parque Dona Lindu, sábado, 26 de março, à noite, em Boa Viagem.

Às 19h, foi aberta, na Galeria Janete Costa, a retrospectiva de Abelardo da Hora, com presença do prefeito João da Costa, do secretário de Cultura do Recife, Renato L., da presidente da Fundação de Cultura Cidade do Recife, Luciana Félix, do governador em exercício, João Lyra Filho, o senador Humberto Costa, entre outros políticos, e artistas como Naná Vasconcelos, Lula Queiroga, Silvério Pessoa, Claudionor Germano, além de gente de teatro e artes plásticas.

Os eventos aconteceram sem imprevistos. O prefeito João da Costa fez um breve discurso antes do show de Lenine com a OSR. Falou durante cinco minutos, para uma plateia que lotou o Teatro Luís Mendonça, que comporta 587 espectadores, e cujo palco é reversível para a esplanada do parque, possibilitando apresentações ao ar livre, como aconteceu ontem, com a repetição do show de Lenine com a OSR.

O teatrólogo Luís Mendonça (falecido em 1995), foi homenageado pela cantora Elba Ramalho, que antes da apresentação de Lenine, fez um breve relato do seu início de carreira, e da importância de Mendonça para ela. Descoberta em Campina Grande pelo Quinteto Violado, Elba foi convidada para fazer o espetáculo A feira, que não foi bem recebida pela crítica, e tornou-se um show, quase sem texto. Ela resolveu continuar no Rio. Foi aí que conheceu Luís Mendonça, que montava, com a cara e a coragem deles e dos atores, a peça A chegada de Lampião no inferno. Elba Ramalho cantou Veja (Margarida), que Vital Farias compôs para a trilha da peça.

O show de Lenine e a Orquestra Sinfônica durou pouco mais de uma hora, e agradou bastante. Em sua maior parte o repertório foi de canções bem conhecidas, enriquecidas pelos arranjos (assinados pelo paulista Ruriá Duprat). Canções lentas como Silêncio das estrelas (parceria dele com Dudu Falcão) recebeu cordas hollywoodianas, enquanto o maracatu Que baque é esse ganhou um arranjo que lembrou o que Rogério Duprat (tio de Ruriá) fez para o “hino” Tropicália. O acompanhamento da orquestra recriou algumas músicas bem manjadas, como Paciência (com Dudu Falcão), Leão do Norte (com Paulo César Pinheiro), ou Lavadeira do rio (com Bráulio Tavares). Essa última, foi a escolhida para o bis, e cantada em coro pela plateia, que saiu elogiando a excelente acústica do teatro.

Como Lenine lembrou, durante seu brevíssimo discurso, o Recife ganhou mais do que um teatro, pois poucas cidades podem se gabar de ter um teatro assinado por Niemeyer. Um teatro que João da Costa prefere chamar de “equipamento”, nomenclatura que lembra os infames tecnocratas dos anos 70. O Teatro Luís Mendonça é uma casa de médio porte, com bastante funcionalidade. A acústica é ótima, mas poltronas meio incômodas (o assento é muito reclinado). O isolamento acústico é muito bom. Levando-se em conta que se sai do teatro por uma rampa que vai dar no pátio do parque, não se ouve absolutamente nada dos ruídos que vem da Avenida Boa Viagem. O palco é largo e com pouca profundidade, o que pode dificultar um show mais agitado de uma banda de rock. Ponto para o backstage e o hall, com um amplo e confortável espaço, e camarins igualmente espaçosos.

Fonte: Blog Audições Brasileiras/ Gabriel Lima para o Leoa do Nordeste

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