quarta-feira, 6 de maio de 2009

Balaio da cantora Elba Ramalho reúne nova geração do forró

Para os forrozeiros, o ano só começa na Semana Santa, quando o ritmo que melhor representa a alma nordestina passa a preparar o terreno para os festejos juninos. Mesmo artistas do calibre de Elba Ramalho continuam sendo pautadas pelo São João. Não por acaso a cantora inicia as comemorações pelos seus 30 anos de carreira, lançando “Balaio de amor”, o trigésimo da sua obra. Nele, Elba mantém sua aposta no trio sanfona, triângulo e zabumba, mas dessa vez troca os sólidos pilares de Luiz Gonzaga e Dominguinhos para explorar os caminhos ainda instáveis da nova geração.
Aqui, porém, a tal novidade não chega com o mesmo frescor de outras regiões. Afinal “Balaio de amor” traz nos créditos nomes bem conhecidos do público pernambucano. A começar pela produção musical, que ficou sob responsabilidade do sanfoneiro Cezinha e da própria cantora. O tempero local fica ainda mais concentrado com a presença de composições dos principais autores que lutam pela renovação do ritmo nordestino. Nesse novo balaio de Elba Ramalho estão músicas de Xico Bizerra, Maciel Melo, Jorge de Altinho e Petrúcio Amorim. O próprio Cezinha assina a faixa “Recado” junto com Fábio Simões e participa de “É só você querer”, de Nando Cordel.
Mas nem só de novos nomes é feito o álbum. A cantora preserva um pouco a influência do seu trabalho anterior, “Elba e Dominguinhos ao vivo”, com duas faixas do mais ilustre filho de Garanhuns. Do sanfoneiro veterano, entraram “Riso cristalino”, feita em parceria com Climério Ferreira, e “Ilusão nada mais”, assinada com Fausto Nilo. Em termos musicais, no entanto, a diferença de gerações é quase imperceptível.
De maneira geral, as músicas investem no estilo pé-de-serra e na temática romântica, como se o disco fosse feito sob medida para dançar agarradinho. A unidade sonora é tamanha que chega a cansar. As exceções são as faixas “Não lhe solto mais”, “Se tu quiser” e “Bebedouro”, que contaram com o incremento dos metais de Nilsinho, da Trombonada, e Spok.

Créditos: Folha de Pernambuco

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