sábado, 24 de julho de 2010

Alceu, Elba e Geraldo emocionam em noite beneficente no Recife

Elba Ramalho e Alceu Valença - e ainda Geraldo Azevedo - cantaram sucessos em quase três horas de show

Elba Ramalho estava certa quando disse que O Grande Encontro era um show que estava na memória afetiva de muita gente. Ao lado de Alceu Valença e Geraldo Azevedo, fez emocionar o público em quase três horas de apresentação que encheu o Teatro Guararapes, na noite dessa quinta-feira, num evento que valia o futuro de milhares de pessoas. O Grande Encontro Solidário arrecadou R$ 226 mil (cada ingresso custava R$ 100), valor que será integralmente doado aos desabrigados da chuva do interior do Estado.

O show não foi um encontro daquelas que são três das maiores vozes do Nordeste. Os artistas quase não dividiram o microfone; mas cada um teve seu momento, e soube como ganhar o público com suas atuações. A ausência de Zé Ramalho, o quarto integrante do projeto musical dos anos 90, foi sentida. Mas Elba e Geraldo lembraram o paraibano em valiosas interpretações de Bicho de sete cabeças e Chão de giz.

Alceu abriu a noite dando seu recado. "É um sofrimento muito grande (dos desabrigados), mas estamos na resistência; não na solidão, e sim na solidariedade". E completou: "É preciso consciência ecológica. Quem tem isso, tem bom coração e é solidário." Dono da cena, o cantor mostrou com quantos trejeitos se faz um showman. O artista orquestrou o público, parou o show no meio para mudar o repertório, dançou. "Sou um privilegiado. Quantos artistas aqui cantando pra mim", brincou Alceu, que cativou a todos com suas versões voz e violão de Morena tropicana, La belle de jour, Coração bobo e Anunciação.

Tesoura do desejo serviu de introdução para Elba ganhar o palco. De vestido curto e esvoaçante, a intérprete homenageou compositores nordestinos como Dominguinhos, Nando Cordel, Caetano e Belchior. Cantou À palo seco, Como 2 e 2, e arrebatou o público com Aconchego e Tô com saudade. O repertório ganhou ainda mais emoção com o violão de Marcos Arcanjo e o acordeon de Cezinha, músico que deixou claro porque vem sendo apontado como o sucessor de Dominguinhos.

Ave Maria "roubou" o espaço de Roberto Carlos no repertório da paraibana. Religosa, Elba disse que cumpre promessa e agora, em todos seus shows, canta a música de Schubert em agradecimento pela cura de um "probleminha" (a recuperação de um câncer de mama). "Servir é tarefa das grandes almas. Que isso seja apenas o começo para reconstruir a dignidade das pessoas", disse, referindo-se ao propósito maior daquele evento.

Com seu jeito mais recatado, Geraldo Azevedo entrou firme e seguro, na voz e no dedilhar do violão. Segurou Elba no palco para cantarem juntos Menina do Lido e Quando fevereiro chegar. E conseguiu os maiores coros da noite com Dia branco, Torrentes de paixão e Caravana.

Ao final, trio no palco e O Grande Encontro tomou forma com o clássico refrão de Sabiá. Encerraram o show a três vozes com Táxi Lunar, Bicho maluco beleza e Banho de cheiro, com direito a Xote das meninas no bis. E na noite dedicada à boa música nordestina, fez-se a grande festa da solidariedade.

Fonte: JC Oline

Nenhum comentário: