
Após a confissão, foi a hora de subir ao palco e levar o público a um encontro com as várias "Elbas", que soube se manter fiel às tradições mas dialogando com o novo, fosse um "Só se for a dois", de Cazuza; um "Remexer", de Luiz Caldas; uma enigmática Kukukaya, de Cátia de França ou um "Beradêro", de Chico César. Ao lado de Cesinha, no acordeom, e Marcos Arcanjo, no violão, o show resultou em uma homenagem aos compositores. Não foi surpresa a abertura com "Lamento Sertanejo" de Dominguinhos e Gilberto Gil, seguida por "Como dois e dois", de Roberto Carlos e Erasmo Carlos; Gostoso Demais, de Dominguinhos e Nando Cordel e Palo Seco e Paralelas de Belchior.
O público era incitado a se manifestar sobre o repertório porque Elba havia modificado o roteiro das músicas para surpresa dos músicos. "Mudei! Mudei! Vocês querem ouvir o que?", indagou. Dessa agradável provocação surgiram os pedidos de "Frisson", "Bicho de Sete Cabeças" e "Bodocongó". A relação afetiva com Chico Buarque mereceu um bloco com "O Meu Amor", "Palavra de Mulher" e "Folhetim", após "Todo Sentimento". Um teste com o público para o que viria a ser o CD Elba canta Chico Buarque, mas suspenso. "Aí é que está: muita gente vem cantando músicas de Chico aí eu dei uma parada nesse projeto". Do "Lamento Sertanejo" ao "Banho de Cheiro", Elba eternizou sua volta ao Severino Cabral como no passado o fez ao apresentar Morte e Vida Severina para o próprio João Cabral deMelo Neto. A diferença da Elba sertaneja para a atual é que a primeira sonhava com a música e, a segunda possibilita a realização de sonhos do público ao ouvir sua voz de "ave rara" num Brasil tão musical.
Fonte: O Norte
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