segunda-feira, 4 de maio de 2009

Forró do amor: amor por sanfoneiro inspira Elba

A Elba Ramalho politizada e espiritualizada continua firme, mas na hora de comemorar seus 30 anos de carreira a cantora deixou o coração cantar solto. Na singeleza de baiões românticos e populares, com letras e melodias de novos compositores nordestinos, lançou o CD ‘Balaio de Amor’, título que é fácil explicar...

“Eu me apaixonei pelo meu sanfoneiro e ele trouxe tudo para mim. Vivemos uma história gostosa, relaxada, musical”, diz Elba, falando pela primeira vez sobre o namoro com o músico Cezinha, que além de produtor do CD, compõe e canta em dueto a muito romântica ‘É Só Você Querer’, que está na trilha sonora da novela ‘Caras & Bocas’, da Globo.

No balaio de Elba também há espaço para o filho, Luã, que toca guitarra em ‘Seu Aconchego’, e Dominguinhos, que toca e canta em ‘Riso Cristalino’ e a quem Elba chama de mestre seu e de Cezinha.

“No momento em que pensava em releituras ou homenagens, o Cezar veio tocar e me apresentou a diversos compositores de Pernambuco. Eu me encantei e senti que esse era o momento de colocar o povo para se deliciar”, conta.

A homenagem ficou para o próximo disco, no segundo semestre. Elba está entre Zé Ramalho e Chico Buarque, tendendo para o segundo, que marcou o início de sua carreira quando ela atuou na peça ‘Ópera do Malandro’, montada em 1978.

“Não tenho mais a ansiedade e o desespero do começo. Durmo tranquila e não sonho acordada. Vivo num tempo da delicadeza”, diz, sobre a canção de Chico (‘Todo Sentimento’) que está em seu repertório.

Sutilezas que contrastam com um outro tipo de forró de sucesso no Nordeste, a que Elba tem horror. “É uma coisa pornográfica, que desvirtua. O cara cantando que vai ao bordel, com aquele ‘órgãozinho’ tocando, não soma nada”.

Atualmente encantada com o novo formato de shows que criou, onde se apresenta apenas com três músicos, Elba valoriza seu canto e afirma:
“Estou trabalhando melhor em regiões mais graves, com a voz encorpada, no ponto certo”.

E elege o Nordeste e o amor como fontes permanentes de seu trabalho.

“Nós, cantoras, somos carentes e eternamente apaixonadas...”

Madrinha do baião

Se no samba coube a Beth Carvalho o título de madrinha, por tantos serviços prestados, Elba não rejeita o título de madrinha do baião.

“Tenho essa responsabilidade de cantar e descobrir novos talentos”, diz ela, que foi a primeira a gravar Lenine, Chico César e Carlinhos, por exemplo, e participa ativamente da carreira de músicos como Geraldo Azevedo e Nando Cordel, autor de ‘É Só Você Querer’.

Na nova safra, estão músicas boas para forrós ‘pé de serra’ pelo Brasil, do São João nordestino à carioca Feira de São Cristóvão, compostas por nomes como Xico Bizerra (‘Oferendar’).

Créditos: O Dia Online

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