segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Elba Ramalho e o Marco Zero

Elba se mantém há 30 anos como uma das grandes vozes femininas da música brasileira

A cantora "paraibucana" (como se denomina) Elba Ramalho virou o ano lançando a verdadeira pérola da Música Popular Brasileira chamada Marco Zero - Ao Vivo (Biscoito Fino). O trabalho, gravado no Recife, com a participação de cerca de 100 mil pessoas, é uma celebração aos 30 anos de carreira desta legítima representante da música nordestina. Para essa grande festa Elba chamou um seleto e competentíssimo time de cantores e compositores, uma verdadeira celebração à brasilidade e o espírito interiorano do nordeste.

Elba Ramalho se mantém há 30 anos como uma das grandes vozes femininas da música brasileira. Para coroar essa carreira, só mesmo um evento grandioso como foi o show no Marco Zero, no Recife (PE), realizado em março do ano passado. A festa ao ar livre, que reuniu um público de 100 mil pessoas, virou produtos nos formatos de DVD e CD. Essa multidão é mostrada logo de cara, num sobrevoo. Um mar de gente que se espalhava na só na praça do Marco Zero, ponto inicial da velha Recife, mas também pelas ruas próximas.

E para começar uma noite como essa, nenhuma música seria mais adequada que Anunciação, hino do filho da terra Alceu Valença. Logo em seguida Elba, acompanhada de bailarinos, apresenta Leão do Norte, trabalho representativo do amor mútuo entre a cantora e o povo pernambucano. As reverências não param aí. Elba faz questão de citar seus parceiros e companheiros de longa jornada durante a apresentação. Lembra que foi Zé Ramalho quem lhe deu de presente a emblemática Banquete dos signos para seu segundo disco; canta gostoso demais, dizendo que Dominguinhos é um dos que a acompanham desde o início da carreira; e conta que, logo que saiu da Paraíba, dividiu apartamento com Geraldo Azevedo, que foi o compositor das primeiras faixas de Ave de Prata, disco de estreia.

Este último estava na extensa lista de convidados e ajudou na levar Canta coração e Chorando e cantando, assim como Zé Ramalho, com quem não dividia o palco havia seis anos. a música? Para delírio dos fãs, foi Admirável gado novo, nunca antes gravada pela dupla, além de Chão de giz. Na sequência, Elba apresenta vários forrós: Plic plá, Forró pesado, Forró do xenhenhem, Na base da chinela, Qui nem jiló e Eu só quero um xodó. Com Flávio José, canta Espumas ao vento e com o também pernambucano Lenine, Elba apresenta Queixa. Para fechar o bloco, se junta ao Maestro Spok com "ravo vermelho e Ciranda da rosa vermelha.

Para presentear ainda mais o público, chama ao palco a Marrom Alcione para cantar O meu amor e Forró na gafieira. Outro grande nome, Chico Cesar, comparece para acompanhar Elba em Recife nagô, os dois bem acompanhados por bailarinos e tambores de maracatu. A cantora ainda baila com Carlinhos de Jesus e canta com André Rio em Chuva de sombrinhas. Tropicana e Frevo mulher são escolhidas para fechar uma noite para ficar na história.

Ícone da MPB - O CD e DVD rememora 30 anos de uma carreira iniciada no final da década de 1970, quando, após integrar o elenco da montagem original da peça A Ópera do Malandro, de Chico Buarque, surpreendeu o país com o LP Ave de Prata, inspirado na composição homônima de Zé Ramalho. O disco já incluía canções de compositores nordestinos, uma das marcas da cantora ao longo da carreira, além da faixa Não sonho mais, de Chico Buarque.

Filha do nordeste brasileiro, nascida no alto sertão da Paraíba, sob o signo de Leão, cercada de religiosidade e fé, Elba herdou a musicalidade de seu pai, que a despertou cedo para a mais sublime das formas de comunicação, a música. Foi também rodeada pelo solo seco e vegetação árida que a cantora se familiarizou cedo com os mais diversos ritmos da região: baião, maracatu, xote, frevo, pastoril, caboclinhos e forrós. Gêneros que preservam a pureza de uma cultura eminentemente popular. (Com Assessoria)

Fonte: Gazeta Digital

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