terça-feira, 30 de novembro de 2010

Auto Retrato com... Elba Ramalho

Filha do sertão nordestino, dona de um timbre inconfundível e de uma energia eletrizante, Elba Ramalho mantém a verve de iniciante e continua a contagiar o público por onde passa e a levar seu canto para as mais diversas plateias nacionais. Com três décadas de carreira, a Ave de Prata continua a dar um banho de musicalidade, e este ano virá a Aracaju animar a virada de ano no Réveillon Luz 2011, Edição Alegria. Não poderia haver tema mais adequado para esta noite, em que a cantora fará um verdadeiro carnaval na Área Verde do Hotel Parque dos Coqueiros, junto com André Lellis e o DJ Cafu. Conheça um pouco mais sobre Elba:

Momento preferido do dia: Quando acordo e vejo a luz do dia
Um motivo de orgulho? Minha família e minha carreira
Trilha sonora da sua vida: Ave Maria de Gounod e Bach
Um talento doméstico: Saber guardar e proteger a casa e os filhos
Qual é a primeira coisa que pensa ao acordar? Rezar e agradecer a Deus
O que mais aprecia em seus amigos? A fidelidade e o respeito
Uma mania: Perfume de rosas e batom
O que precisa melhorar na sua cidade? A questão da violência, a desigualdade social e a saúde pública
Em que momento do dia é mais feliz? Quando vejo o sorriso das minhas filhas
Por que motivo chorou a última vez? Por ver a resistência dos homens a Deus
E por que motivo sorriu? Por estar viva
Uma ambição profissional: Não tenho ambição, tenho sonhos
Quem você gostaria de ser se não fosse você mesma? Gosto do que sou
E onde gostaria de viver? Onde eu vivo
Última vez que gritou: Não grito
Uma culinária que faz bem ao paladar: Sorvete de macadâmia
Você tem medo de que? De nada
Um cheiro: De rosas
Gasta muito com: Supérfluos e caridade
Que sugestão daria ao governador? Que cuidasse bem do povo
Qual a sua ideia de um domingo perfeito? O que começa com uma missa, um
bom café da manhã, uma caminhada na praia e um cineminha à noite
Uma lembrança da infância:O sertão
Uma palavra: Amor
Qual o seu bem mais precioso? A alegria e a caridade
Um hábito do qual não abre mão: Rezar todos os dias, praticar ioga e meditação
Um hábito de que você quer se livrar? De usar a língua indevidamente
Um gosto inusitado:Pelo mundo invisível
Qual o projeto que gostaria de ver aprovado na Câmara? Agilidade na questão da adoção no país
O que não come de jeito nenhum: Carne
Um elogio inesquecível: Você tem uma boa energia
Um livro insubstituível: A Bíblia Sagrada
Que dom gostaria de ter? O dom da pureza
Um filme que sempre quer rever: Paixão de Cristo de Mel Gibson
Que pecado comete com mais frequência? O da língua
Principal qualidade em um homem: Verdade e obediência
Um arrependimento: Muitos
Principal qualidade em uma mulher: Sinceridade
Em que situação vale a pena mentir? Nenhuma, embora muitas vezes seja
preciso improvisar a verdade para não magoar
Um lugar inesquecível? Trancoso
Em que situação você perde a elegância? Nas paixões arrebatadoras, mas elegância é um estado de espírito
Traição é perdoável? Sim
O que você faria se não fosse proibido? Não sei. Não faria
Qual a sua maior realização? Os filhos, da barriga e do coração, e o trabalho
Um sonho de consumo a realizar? Conhecer outros planetas
Uma frase:" O Senhor é meu pastor e nada me faltará"

Fonte: Jornal da Cidade

Elba Ramalho, uma fã do Village

Endereço de Vips como Sarah Jessica Parker seduz a artista

Na vida de Elba Ramalho (59), todas as boas lembranças de alguma forma estão ligadas à música. Até mesmo sua primeira viagem a New York. "Em 1982, bem no comecinho da minha carreira, participei de um festival de verão na Ilha da Martinica, no Caribe. De lá, fomos passar alguns dias em Porto Rico e, de repente, decidi junto com outros três músicos da minha banda, esticar a viagem até New York. Foi uma aventura", recorda a cantora, que hoje celebra 30 anos de muito sucesso. "Lembro bem do meu deslumbre e encantamento na primeira noite em plena Times Square. Eu mal deixei as malas no hotel, tomei um banho e fui para a rua. Queria absorver toda a energia, o movimento e a vibração da cidade", acrescenta.

De lá para cá, Elba perdeu a conta de quantas vezes esteve na Big Apple. "Qualquer motivo é válido para vir para cá, mas agora tenho uma desculpa maravilhosa: meu filho, que está fazendo faculdade em Boston. Toda a vez que viajo para encontrar com ele, aproveito para visitar de novo a cidade", conta ela, citando o primogênito, Lua (23), fruto do casamento com o ator Maurício Mattar (46).

Elba, que namora o músico Cezinha do Acordeon (25), gosta tanto da Big Apple que nas temporadas mais longas até já alugou um apartamento na metrópole. "Meu sonho de consumo é comprar uma townhouse, aqueles prédios de três ou quatro andares típicos de bairros como o West Village. Cheguei até a procurar por aí, quem sabe um dia...", suspira a mãe de Maria Clara (8) e Maria Esperança (4), que ela adotou com o segundo marido, o empresário Gaetano Lops (34), e também Maria Paula (7), que adotou sozinha.

- Você e New York foi um caso de paixão à primeira vista?

- Sim, minha identificação com a cidade foi imediata. Foi um impacto forte em minha vida. Continuo a amá-la até hoje!

- O West Village é o seu bairro favorito na cidade?

- É um deles. Gosto de suas ruas tranquilas, arborizadas e do ar boêmio do bairro. Sou fã da cidade toda. Aliás, posso dizer que conheço New York como poucos. Gosto de bater perna, atravessar os bairros caminhando e ir descobrindo as lojinhas, os restaurantes, e o que há de mais bacana para fazer.

- E quais os seus programas preferidos aqui na Big Apple?

- Nos fins de semana, gosto de 'rodar' umas feirinhas que vendem artesanato, acessórios, antiguidades... Badulaques de tudo quanto é tipo. Também adoro assistir às missas no Harlem. Opções de restaurantes são infinitas.

- Você tem amigos que moram na cidade?

- Sim, americanos e brasileiros. Fiquei muito amiga de Bebel Gilberto, que hoje é essa estrela. Tenho grandes amigos que são donos de restaurantes bacanas como o Circus, especializado em comida brasileira, que fica na 61st Street com a Park Avenue.

Fonte: Caras

domingo, 28 de novembro de 2010

Com atraso, 'leoa' Elba festeja 30 anos (de bravura) no DVD 'Marco Zero'

Resenha de CD e DVD
Título: Marco Zero - Ao Vivo
Artista: Elba Ramalho
Gravadora: Biscoito Fino
Cotação: * * * (CD) e * * * 1/2 (DVD)

A paraibana Elba Ramalho é leoa do Norte. Com bravura, a cantriz impôs seu canto forte, torto e agreste ao Brasil em rota migratória que começou com sua vinda para o Rio de Janeiro (RJ) em 1974, passou pela participação na montagem original da Ópera do Malandro em 1978 e atingiu ponto de relevância em 1979 com a gravação e edição de seu primeiro álbum, Ave de Prata. É no lançamento deste disco de alma nordestina que Elba estabelece o marco zero de sua carreira fonográfica, que completou 30 anos em 2009. A festa comemorativa dessas três décadas foi feita com atraso em 12 de março de 2010, quando Elba subiu ao palco armado no Marco Zero para apresentar espetáculo produzido em menos de um mês. O Marco Zero é um local emblemático do Centro Histórico de Recife (PE), cidade que sempre acolheu muito bem os discos e os shows da cantora vizinha, além de ter lhe dado apoio institucional para viabilizar o registro dessa festa dos 30 anos que, a rigor, já são 31. A gravação do show originou o CD e DVD Marco Zero - Ao Vivo, postos nas lojas pela gravadora Biscoito Fino entre outubro (o CD) e novembro (o DVD). Por não ser duplo, o CD dá ao ouvinte vaga ideia do que foi o show, apresentando 14 dos 24 números fora da ordem original do roteiro. Já o DVD é retrato fiel do resistente canto de Elba e, apesar de não ter tom exatamente retrospectivo, enfileira alguns sucessos que marcaram época na voz (hoje menos potente e mais trabalhada) da cantora ao longo desses 31 anos. E Elba faz sua festa com a presença de convidados que, acima de tudo, são amigos colecionados nessa trajetória guerreira. Com Geraldo Azevedo, Elba revive com afeto Canta Coração - música de Geraldo que abriu o LP Ave de Prata e que tinha sido praticamente esquecida pelaa intérprete nos últimos 20 anos - e a sempre bela Chorando e Cantando, parceria de Geraldo com Fausto Nilo gravada por Elba em Remexer (1986), um de seus álbuns mais ousados (infelizmente fora de catálogo há anos). Com Zé Ramalho, com quem Elba não dividia o palco há seis anos, o reencontro acontece na já batida Chão de Giz - canção que já foi registrada em disco de forma mais sedutora por Elba - e em Admirável Gado Novo. Este aboio épico lançado por Zé em 1979 já tinha sido cantado por Elba em shows, mas nunca havia sido gravado pela Leoa. Infelizmente, o dueto com Zé na música ganha inadequado tom (quase) festivo que contrasta com a natureza dos versos desoladores. Com Lenine, compositor que Elba avalizou anos antes de o artista pernambucano cair nas graças da crítica carioca, o dueto expansivo é em Queixa, música de Caetano Veloso (de 1982) que não chega a soar como "uma coisa diferente", como Elba a anuncia em cena, pelo fato de Maria Bethânia já ter revivido a mesma canção, em registro introspectivo, no roteiro de Amor Festa Devoção, show estreado em outubro de 2009 (Queixa, como tem revelado Elba em entrevistas, entrou no roteiro por sugestão de Lenine). A única real surpresa do roteiro é o maracatu Recife Nagô (J. Michiles), cantado por Elba na companhia de Chico César. Escorado na força dos tambores, o número soa mais animado do que o Forró na Gafieira (Rosil Cavalcanti), dividido por Elba com Alcione, convidada também de uma abordagem de O Meu Amor (Chico Buarque) que se ressente da ausência de atmosfera teatral que valorizasse o tema, cantado originalmente por Elba em dueto com a atriz Marieta Severo na Ópera do Malandro (1978). Entre incursões pelo repertório de Alceu Valença (Anunciação e Tropicana), Elba recebe a cantora pernambucana Cristina Amaral no Forró do Xenhenhem (fecho de medley forrozeiro iniciado com Plic Plac, de João Silva, e desenvolvido com Forró Pesado, sucesso do Trio Nordestino), anuncia o cantor paraibano Flávio José na já desgastada Espumas ao Vento, direciona os holofotes para o sanfoneiro Cezinha (cuja voz lembra a de Dominguinhos na balada É Só Você Querer) e faz dueto com André Rio no frevo Chuva de Sombrinhas. Entre tantos convidados, Elba põe no ritmo do xote a toada Gostoso Demais (Dominguinhos e Nando Cordel), pede que a multidão estimada em 200 mil pessoas cante a toada De Volta pro Aconchego (outra joia romântica de Dominguinhos com Nando Cordel) - sendo prontamente atendida pelo público - e voa em rota mais baixa pelo Pavão Mysteriozo sem os tons operísticos e a imponência impactante com que abordava a música de Ednardo no show Leão do Norte (1996). Mas tudo é festa para a leoa Elba no palco do Marco Zero. Guerreira, ela comunga com seus fãs em músicas como Veja Margarida (Vital Farias), já certa de que venceu a batalha para projetar sua voz e seu Nordeste na cena brasileira. Bravo!!

Fonte: Notas Musicais

sábado, 27 de novembro de 2010

Elba escolhe PE para celebrar os 30 anos de carreira

Para celebrar três décadas de carreira, Elba Ramalho lança o DVD Marco Zero (Biscoito Fino), gravado ao vivo no centro do Recife. É Elba e convidados 'forrozeando' com Anunciação, Banquete dos Signos e Qui Nem Jiló, 'freveando' com Chuva de Sombrinhas, Tropicana e Frevo Mulher e juntando rostos para cantar os versos românticos de Gostoso Demais, De Volta Pro Aconchego, É Só Você Querer.

A gravação foi feita em 12 de março, aniversário de 473 anos de Recife. Elba tinha fechado o carnaval recifense com Alceu Valença e, em conversas com as autoridades locais, percebeu que aquele palco também deveria ser seu para a gravação do DVD. 'Recife traduz toda a beleza e a força da cultura nordestina e brasileira, é uma fonte de água cristalina que jorra, jorra... É como dizem: sou paraibucana. Não que me desfaça da Paraíba, mas Pernambuco me dá muito mais coisas, me deu até um museu, em Caruaru.'

Durante o show, Elba recebeu companheiros de trajetória como Geraldo Azevedo e Zé Ramalho, juntos a ela desde o comecinho de tudo, e outros já dos anos 90 para cá, como Lenine e Chico César. Além de gente que a cantora admira à distância: a pernambucana Cristina Amaral e o paraibano Flavio José. Compositores que mais gravou em seus discos, Dominguinhos, Nando Cordel, Luiz Gonzaga, Chico Buarque, todos estão no repertório. O dueto com Alcione em O Meu Amor, d'A Ópera do Malandro, a peça que revelou seu timbre e sua cabeleira para o Sudeste em 1978, é difícil de superar. A versão de Queixa, de Caetano Veloso, com Lenine, inédita, é outra novidade.

Os arranjos são do virtuoso da sanfona Cezinha, que criou para uma banda de 13 músicos. O DVD sai em parceira com o Canal Brasil. O CD correspondente tem 14 das 24 faixas.

Fonte: Vitrine do Cariri

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Elba e seu Marco Zero

Que Elba Ramalho é realmente uma força da natureza ninguém pode negar! Nem mesmo os que não apreciam sua voz agreste, que ao longo do tempo foi se aprimorando em afinação e colocação. Mas o fato é que a cantora paraibana tem muito a comemorar em seus trinta anos de carreira (trinta e um na verdade, uma vez que seu primeiro disco, o belo “Ave de Prata”, foi lançado no já distante ano de 1979), tanto que acaba de chegar ao mercado, através da gravadora Biscoito Fino, o CD “Marco Zero – Ao Vivo”, gravado em Recife (PE), em breve também disponível em DVD. Nele, a cantora mostra-se em plena forma vocal e recebe vários convidados amigos, o que termina por conferir um brilho especial à festa. A pouca confortabilidade constatada em Lenine na bonita “Queixa” (de Caetano Veloso) é compensada pela forte presença de Alcione em “O Meu Amor” (de Chico Buarque), canção bastante conhecida das duas (Elba já a havia gravado anteriormente ao lado de Marieta Severo e Alcione também o fez com Maria Bethânia). O maior sucesso – é claro! – está lá: “De Volta Pro Aconchego” (de Dominguinhos e Nando Cordel), devidamente entoado pelo imenso público presente, mas outros grandes momentos foram incluídos no set list, numa espécie de resumo da carreira, como é o caso das canções “Banquete dos Signos” e “Chão de Giz”, ambas de Zé Ramalho. Do primo compositor, Elba também se apropriou de “Frevo Mulher” e “Admirável Gado Novo”, esta contando com a presença dele. O compadre Geraldo Azevedo canta com a anfitriã os temas “Chorando e Cantando” (dele e Fausto Nilo) e “Canta Coração” (dele e Carlos Fernando). O atual marido, o acordeonista Cezinha, é o responsável pela direção musical e pelos arranjos, comprovando ter feito muito bem ao trabalho de Elba, conferindo-lhe novos ares e pulsações. Ele também divide os vocais com a cantora na mais recente “É Só Você Querer” (de Nando Cordel). Em meio a tantas músicas atemporais, ainda há espaço para destacar “Anunciação” (de Alceu Valença), “Pavão Mysteriozo” (de Ednardo) e o contagiante frevo “Chuva de Sombrinhas” (de Nena Queiroga e André Rio, que conta com a intervenção vocal deste). Uma senhora cantora com um trabalho de responsa: imperdível!

Créditos: Rubens Lisboa

Elba Ramalho lança CD e DVD MarcoZero

Álbuns foram gravados ao vivo no centro histórico de Recife quando a cantora paraibana comemorou seus 30 anos de carreira, diante de uma calorosa plateia de 100 mil pessoas

Ela já foi ave de prata, flor, fruto e até paisagem. Colocou fogo na mistura, comandou a ciranda, arrumou o balaio e sempre deixou tudo como a gente gosta. Assim é Elba Ramalho, que se mantém há 30 anos como uma das grandes vozes femininas da música brasileira. Para coroar essa carreira, só mesmo um evento grandioso como foi o show no Marco Zero, no Recife (PE), realizado em março deste ano. A festa ao ar livre, que reuniu um público de 100 mil pessoas, chega agora às lojas em formato de DVD e CD.

O DVD inicia com um belo tour aéreo pela cidade até chegar ao público, uma multidão empolgada que ocupava não só a Praça do Marco, mas também todas as suas ruas de acesso. Nenhuma música seria mais adequada para começar a noite que “Anunciação”, verdadeiro hino de Alceu Valença. Logo em seguida Elba, acompanhada de bailarinos, entoa “Leão do Norte”, tradução perfeita do amor mútuo entre a cantora e o povo pernambucano.

Além de reverenciar o público – “É ele que faz com que a gente aconteça”, diz – Elba faz questão de citar seus parceiros e companheiros de longa jornada durante a apresentação. Lembra que foi Zé Ramalho quem lhe deu de presente a emblemática “Banquete dos signos” para seu segundo disco; canta “Gostoso demais”, dizendo que Dominguinhos é um dos que a acompanham desde o início da carreira; e conta que, logo que saiu da Paraíba, dividiu apartamento com Geraldo Azevedo, que foi o compositor das primeiras faixas de “Ave de prata”, seu disco de estreia.

Na festa dos 30 anos, Elba teve a companhia de vários convidados, como os já citados Geraldo Azevedo - “Canta coração” e “Chorando e cantando” -, e Zé Ramalho, com quem não dividia o palco há seis anos - “Admirável gado novo”, nunca antes gravada pela dupla, e “Chão de giz”. Logo após a sequência de forrós de tirar o fôlego, com “Plic plá”, Forró pesado”, Forró do xenhenhem”, “Na base da chinela”, “Qui nem jiló” e “Eu só quero um xodó”, Elba elogia as vozes masculinas do gênero e chama Flávio José para dividir “Espumas ao vento”. Com o pernambucano Lenine, Elba canta “Queixa”; e com Maestro Spok, “Cravo vermelho” e “Ciranda da rosa vermelha”.

Outro momento luxuoso é quando a cantora chama Marrom ao palco. A dupla esbanja sedução em “O meu amor” e mostra ginga em “Forró na gafieira”. Em “Recife nagô”, Elba chama Chico Cesar ao palco e os dois são acompanhados por bailarinos e tambores de maracatu. A cantora ainda baila com Carlinhos de Jesus e canta com André Rio em “Chuva de sombrinhas”.

“Tropicana” e “Frevo mulher” encerram a noite, incendiando de vez o público.

O DVD apresenta os músicos Marcos Arcanjo (guitarra), Ney Conceição (baixo), Sergio Machado (bateria), Cezinha do Acordeão (direção musical e acordeon), Nilsinho Amarante (trombone), Gilberto Pontes (saxofone e flauta), Enok Chagas (trompete), Sandro Haick (Guitarra, violão e bandolim), Zé Canuto (Sax e flauta), Anjo Caldas, Durval Pereira e Lucas dos Prazeres (percussão) e Rannieri Oliveira (teclados).


Repertório

1 - Anunciação (Alceu Valença)
2 – Leão do Norte (Lenine/Paulo Cesar Pinheiro)
3 – Banquete dos signos (Zé Ramalho)
4 – Plic Plá / Forró pesado (Assisão/Lindolfo Barbosa) / Forró do xenhenhem (Cecéu)
5 – Na base da chinela (Jackson do Pandeiro / Rosil Cavalcante) / Qui nem jiló (Luiz Gonzaga / Humberto Teixeira) / Eu só quero um xodó (Anastácia/Dominguinhos)
6 – Espumas ao vento (Accioly Neto)
7 – Gostoso demais (Dominguinhos/Nando Cordel)
8 – É só você querer (Nando Cordel)
9 – Morena de Angola (Chico Buarque)
10 – Pavão Mysteriozo (Ednardo)
11 – O meu amor (Chico Buarque)
12 – Forró da gafieira (Rosil Cavalcanti)
13 – De volta pro aconchego (Dominguinhos/Nando Cordel)
14 – Recife nagô (J. Michiles)
15 – Queixa (Caetano Veloso)
16 – Cravo vermelho (Carlos Fernando) / Ciranda da rosa vermelha (adap. Alceu Valença)
17 – Canta coração (Geraldo Azevedo/Carlos Fernando)
18 - Chorando e cantando (Geraldo Azevedo/Fausto Nilo
19 – Veja Margarida (Vital Farias)
20 – Chão de giz (Zé Ramalho)
21 – Admirável gado novo (Zé Ramalho)
22 – Chuva de sombrinhas (Andre Rio / Nena Queiroga)
23 – Tropicana (Alceu Valença/Vicente Barreto)
24 – Frevo mulher (Zé Ramalho)

Elba - Marco Zero – Novo DVD da cantora Elba Ramalho. DVD 24 faixas e CD 14 faixas. Lançamento Biscoito Fino.

Fonte: NelSons

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Elba como todos gostam

Em CD e DVD gravados no Marco Zero, em Recife, a cantora paraibana mostra da forma que mais lhe realiza, que é em contato com o público

Não era um show comum. Não era mais um show. Era um show de comemoração, de celebração para os 30 anos de carreira de Elba Ramalho, cantora paraibana que se firmou entre as grandes vozes da música brasileira. Na verdade na verdade, são mesmo 31 anos de estrada se levado em conta que o primeiro disco de Elba, “Ave de Prata”, saiu em 1979, pelo selo Epic-CBS, hoje Sony Music. Os fãs devem estar eufóricos, porque a gravadora Biscoito Fino acaba de colocar no mercado o registro desse show histórico “Elba Marco Zero” em CD e DVD.

Obviamente que obras como esta não serão objeto de atenção apenas dos fãs de carteirinha da “cantriz” paraibana, mas de todos que gostam de música regional (no sentido mais amplo da palavra) e da atuação frenética da protagonista. Elba ama o palco. Parece fazer amor com seu público, criando uma catarse rara hoje no lastro da MPB. A artista sabe que o público é co-responsável pelo seu sucesso, e afirma que “é ele que faz com que a gente aconteça”.

Para quem acompanha a carreira de Elba Ramalho desde o início como eu; impressiona a velocidade com que ela evoluiu. De “atriz que canta” a cantora que domina voz e palco, foram poucos anos. De discos como “Ave de Prata” a “Leão do Norte” parece que estamos tratando de duas artistas separadamente. Isso não é nenhum demérito para ela, pelo contrário.

Quando se mudou para o Rio de Janeiro em meados da década de 1970 o desejo de Elba Ramalho era o de ser atriz. E embora tivesse contato com a música desde os tempos em que morou em João Pessoa (ela é natural de Conceição, no Sertão da Paraíba) foi somente no contato com Marieta Severo e conseqüentemente com Chico Buarque (então marido de Marieta) que ela foi encorajada a estrear com “Ave de Prata” e chamar a atenção do público com “Não Sonho Mais”, canção de Chico Buarque que faz parte da trilha da “Ópera do Malandro”.

O show do “Marco Zero” tem conceitos de várias Elbas. Mas seria improvável que, na terra do frevo, ela não festejasse seus 30 anos de estrada sem que o ritmo frenético do carnaval não predominasse. Mesmo assim ela encontrou espaço para Ednardo (“Pavão Mysteriozo”), Lenine (“Leão do Norte”), Caetano Veloso (“Queixa”), Vital Farias (“Veja – Margarida”), Zé Ramalho (“Chão de Giz”) e Accioly Neto (“Espumas ao vento”) entre outros.

“O palco é aonde me realizo”, diz Elba. E isso é nítido. É mais ou menos como a distancia entre ouvirmos Janis Joplin em disco e ver registros de seus shows. Ambas se doam por completo. Cantam como cigarras, que explodem. É também marcante o instante em que Elba Ramalho canta “De Volta pro Aconchego” (Dominguinhos e Nando Cordel) e quando ousa e faz um mix de sucessos de dois de seus referenciais, que são Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro.

“Elba Marco Zero” realmente festeja todas as fases da carreira dessa grande e brava artista. Como poucos artistas da sua geração, Elba Ramalho soube duelar com a crítica sem demonizá-la. “As críticas me faziam mal sim, era natural, mas elas também me levaram a querer provar que eu chegaria lá, e cheguei”. Durante uma entrevista que me concedeu há alguns anos Elba confessou que chegou a ficar muito magoada com um texto que escrevi e que tinha o título de “a gralha canta”, mas que isso a motivou a “dar o troco”.

Eu me curvei. Elba cresceu. Fez discos brilhantes como “Qual o Assunto que Mais lhe Interessa” (obra fundamental a qualquer discoteca que se preze) e hoje ninguém mais a questiona. Soube manter-se apaixonadamente enraizada ao Nordeste, lançando recentemente o CD “Balaio de Amor”, todo dedicado a música regional de Maciel Melo, Petrúcio Amorim, Xico Bizerra e outros autores seguidores de Gonzagão. Mesmo avesso a discos gravados ao vivo, mais uma vez rendo-me a capacidade fenomenal que Elba Ramalho tem de ser grandiosa.

Créditos: Luiz Berto

domingo, 21 de novembro de 2010

Elba encanta público do Teatro Riachuelo



Que venha o Teatro Riachuelo As cortinas do Teatro Riachuelo abriram às 21h40. De um lado a energia da paraibana Elba Ramalho, comemorando 30 anos de carreira. Do outro, a energia de mil e quinhentas pessoas, aplaudindo o grande espetáculo. “É um prazer para mim está pisando pela primeira vez neste palco. Me sinto muito honrada e emocionada”, disse Elba e em seguida sacudiu a platéia, cantando Alceu Valença. A apresentação de Elba faz parte do período de ajustes dos equipamentos técnicos do teatro, como luz e som. Mas até agora, perto do fim, não foi necessária nenhum retoque. A inauguração oficial está marcada para 9 de dezembro, com o rei Roberto Carlos.

Fonte: Tribuna do Norte

O Marco Zero de Elba Ramalho

Elba Ramalho completou 30 anos de carreira e gravou o belíssimo CD no centro da capital de Pernambuco, Recife, recheado de participações especiais e de números musicais que desenham a trajetória da cantora que um dia foi chamada de “a Madonna do Nordeste’ de maneira jocosa por algum jornalista que acreditava entender de música brasileira.

Nestes 30 anos Elba Ramalho só fez mesmo se transformar em uma das maiores Divas de nossa canção popular, com sua voz rascante e cheia de swing. São inúmeros os sucessos que Elba emplacou durante todos estes anos e que nos fez dançar muito e namorar ainda mais.

O CD que já se encontra a venda está sendo lançado pela Biscoito Fino, que havia já editado o excelente CD de inéditas de Elba ano passado, a promessa é que até o final de 2010 chegue até as mãos dos admiradores de Elba o DVD que fora gravado junto com este DVD.

A música que abre a audição do CD é uma das mais bonitas já escritas por Alceu Valença intitulada “Anunciação” e a voz de Elba rasga os céus recifenses entoando “... tu vens, tu vens, eu já escuto os teus sinais ...” fantástica embaixatriz da região mais linda de nosso Brasil.
“... descobrir a beleza desta mulher..”. emenda a voz de Elba a primeira canção fazendo nos lembrar de sua estréia nos discos com a bela “Banquete dos Signos’ um dos trabalhos mais emblemáticos da cantora no final dos anos 70 inicio da década de 80, década alias que firmaria definitivamente no cenário musical o nome de Elba.

Ouvimos Elba dividir os vocais com Geraldo Azevedo, Lenine, Alcione, Zé Ramalho, André Rio e Cesinha atual companheiro da cantora em dueto emocionado em “É só você querer”.

O desejo que fica instalado no coração ao acabar de ouvir este CD de Elba Ramalho é o de que, pelo menos, mais 30 anos se passem com a voz de Elba a embalar nossos sonhos e nossas alegrias. Feliz de um povo que tem uma voz como a de Elba a traduzir seus sons!
Salve Elba!

Créditos: Paulo Gonçalo dos Santos

Elba Ramalho comemora 30 anos de carreira com CD e DVD

Elba Ramalho mostra que a parceria com Cezinha deu ainda mais energia ao seu estilo esfuziante

Primeiro produto comemorativo aos 30 anos de carreira fonográfica da intérprete nordestina – um musical de Chico Buarque, seguido de disco com a trilha, também está nos planos dela –, Elba – Marco Zero – Ao vivo é uma oportuna e bela homenagem de Elba Ramalho aos que lhe são caros desde o início, em especial Geraldo Azevedo (com quem divide Canta coração e Chorando e cantando) e Zé Ramalho (Chão de giz e Admirável gado novo), visivelmente emocionados no reencontro com a cantora, que não ocorria, no caso de Zé, há exatos seis anos.

Gravado no simbólico Marco Zero, do Recife, em meio a uma plateia estimada em 200 mil pessoas, o show, lançado nos formatos CD e DVD, promove um desfile de sucessos de Elba, com destaque para os ritmos nordestinos que fizeram dela uma espécie de rainha do forró nos últimos tempos, graças à presença do jovem sanfoneiro Cezinha, que, além de arranjos e direção musical, nas horas vagas é o namorado da cantora. Destaque ainda para a presença de Alcione, com quem ela canta O meu amor, pérola de Chico Buarque para a trilha da Ópera do malandro, que Elba Ramalho gravou originalmente com Marieta Severo, em 1978.

As comemorações começaram, na verdade, no ano passado, com o lançamento do excelente Balaio de amor, em que a cantora mescla antigos e novos autores de pérolas nordestinas. “Poderia comemorar 32 anos de carreira, porque eu estreei cantando O meu amor com a Marieta. Estou no Rio há 36 anos, então o marco zero poderia ser a minha chegada à cidade. Poderia ainda ser a data de quando eu subi no palco pela primeira vez, aos 14 anos. Quer dizer, são mais de 40 anos. É uma estrada longa”, avalia Elba Ramalho, que resolveu eleger os 30 como símbolo da consagrada trajetória.

Natural da Paraíba, Elba escolheu o Recife para a gravação do projeto comemorativo devido ao necessário apoio institucional, que acabou gerando, no DVD, o dispensável extra Visite Pernambuco. “Tenho uma ligação estreita e afetiva com a cultura de Pernambuco. Meu pai é pernambucano, eu passei por lá antes de vir para o Rio, onde também cultivei muitos parceiros”, justifica Elba, presença constante no Recife, do carnaval ao são-joão, onde já teve, inclusive, plateia numericamente igual à da gravação do novo projeto. “Além da presença indispensável do grande público, eu queria os meus companheiros, amigos e afetos da música”, acrescenta a intérprete que ainda recebeu amigos como o forrozeiro Flávio José, Lenine, Chico César, André Rio e o dançarino Carlinhos de Jesus. A ausência sentida de Alceu Valença é compensada pela presença de Morena tropicana no repertório.

A então esganiçada Elba Ramalho estreou em disco, em 1979, com o promissor Ave de prata. De lá pra cá, enfrentou altos e baixos de carreira, inclusive o preconceito que recai sobre os nordestinos na música, como em qualquer outro setor. Guerreira, enfrentou tudo e venceu, tornando-se uma das grandes estrelas da MPB. A visível paixão pelo jovem sanfoneiro Cezinha é tratada com a devida naturalidade pela cantora. “A questão do afeto, do namoro e da paixão nos tornou mais próximos. O Cezinha trouxe muita coisa boa para mim, porque ele é muito jovem, muito talentoso e lida com um instrumento que eu admiro e está sempre presente no meu trabalho.”

“Só havia feito música na vida com Geraldo Azevedo, com mais ninguém”, revela orgulhosa. “Com o Cezinha tenho feito uma música atrás da outra. A gente foi criando estes elos todos, ele é muito arrojado. Então, depois de ganharmos o Grammy Latino com o Balaio do amor, que é um disco muito amoroso, resolvemos fazer o Marco Zero juntos, também. Troquei a banda, trouxe o Ney Conceição para o baixo, o Sérgio Machado, de São Paulo, para a bateria. Enfim, fizemos todas estas ousadias e gostei do resultado da releitura do repertório”, conclui Elba Ramalho. Em janeiro, ela estreia a turnê nacional de lançamento no Rio, com a qual pretende chegar ao Palácio das Artes, em Belo Horizonte. A presença de alguns convidados do disco não está descartada.

Fonte: UAI

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Elba Ramalho passeia com as filhas em shopping do Rio

Cantora esteve com Maria Esperança, Maria Clara e Maria Paula em São Conrado.

Elba Ramalho esteve em um shopping carioca nesta quarta-feira, 17, com suas três filhas: Maria Esperança, de 3 anos, Maria Clara, de 7, e Maria Paula, de 6. Quando peceberam a presença do paparazzo, as meninas fizeram graça para a câmera.


Fonte: EGO

II Parte da matéria: Elba Ramalho festeja os 30 anos do lançamento de seu primeiro disco, o clássico 'Ave de prata'

O último trabalho de Elba ainda com uma gravadora à frente é de cinco anos atrás: “Baião de dois”, da Sony, no qual ela gravou só Dominguinhos. Em seguida, partiu para a produção independente:

— Com “Qual o assunto que mais lhe interessa?”, de 2007, me desvinculei das multinacionais. Eu queria mudar. Eu sabia que o mercado tinha mudado. A multinacional começou a querer receber percentual do meu show. Já não era o programa do Faustão todo domingo que ia fazer a gente vender disco.

Elba tem um estúdio em sua casa, em São Conrado, onde gravou um disco inteirinho antes de fazer este show que está lançando agora em CD e DVD, com distribuição da Biscoito Fino. Não sabe quando irá lançá-lo:

— Não estou mais muito apegada ao tempo como era na época da gravadora. Meu disco sempre saía em março. Trabalhava em abril e maio. Divulgava uma música no Nordeste e outra no Sul. Esses muros caíram todos.

A fase de ouro de Elba começou três anos depois do lançamento de “Ave de prata”. Foi quando ela transferiu-se para a Ariola e gravou “Alegria”, o primeiro de três discos produzidos por Marco Mazzola. Em “Alegria”, estava o super-hit “Bate coração”, de Cecéu. Elba vendeu 300 mil discos de uma tacada só.

Sucesso no rádio, sucesso nas lojas de disco, Elba passou a surpreender também nos palcos, onde exercia o talento de, como passou a ser chamado na época, cantriz. Era o aprendizado que ela trazia de suas experiências no teatro, principalmente na montagem de “Ópera do malandro”, no Rio de Janeiro.

“Ópera do malandro”? Mas isso foi em 1978. Elba, então, estaria completando 32 anos de carreira.

— Talvez o marco zero tenha sido antes de “Ave de prata” mesmo. Quando Chico me chamou para gravar uma faixa em seu disco de 1978, eu vi que estava virando cantora — ela diz.

No disco de Chico, aquele que ficou conhecido como “o disco da samambaia” por causa da foto da capa, Elba cantava ao lado de Marieta Severo “O meu amor”, a mesma música que as duas intepretavam no duelo do musical “Ópera do malandro”. Na ocasião, Elba parecia vir se encaminhando para uma sólida carreira de atriz, iniciada na companhia Chegança, de Luiz Mendonça, na qual fizera parte do elenco dos espetáculos “Lampião no inferno” e “Viva o cordão encarnado”. Só saiu de lá quando esbarrou com Sergio Britto na praia. O ator era um dos produtores da peça de Chico. “Você não é aquela menina do Mendonça? Aparece lá no teatro para fazer um teste para a ‘Ópera...’”, disse ele. Elba apareceu, dançou um coco e convenceu o diretor Luiz Antônio Martinez Correa.

— Quando vi a Elba, percebi que ela era o tipo certo para o papel — conta, hoje, Sergio Britto. — Ela era boa. E teria sido uma ótima atriz se tivesse investido na carreira.

“Ópera do malandro” foi o ponto alto de uma carreira de atriz que tinha começado quatro anos antes. Opa... Elba está nos palcos, então, desde 1974. Seriam 36 anos de carreira! Ela concorda.

— Pensando bem, meu marco zero foi quando cheguei no Rio de Janeiro — diz ela.

— Eu tinha 20 e poucos anos, era virgem e estava zerando toda a minha vida na Paraíba para viver uma grande aventura.

Elba saiu de Campina Grande — ela é de Conceição da Paraíba, mas desde os 11 anos vivia na “cidade grande” — a convite do produtor baiano Roberto Sant’Ana, para fazer a abertura do show “A feira”, com o Quinteto Violado. Ela largou as faculdades de Economia e Sociologia que cursava na Universidade Federal da Paraíba para passar um mês no Rio, durante a temporada no Teatro Casa Grande. Mas ela sabia que não voltaria mais. Tanto que pôs na mala “alguns discos e alguns livros”:

— Eu vim para ficar.

Se pensar bem, talvez seu percurso tenha começado em 1968, quando tocava bateria no conjunto feminino As Brasas, ainda em Campina Grande, o que lhe daria 42 anos de carreira. Ou em 1966, quando cantava no coral da Fundação Artística e Cultural Manoel Bandeira e Cecília Meireles. Seriam 44 anos, então. É melhor parar de fazer contas. Enquanto festeja seus supostos 30 anos de carreira, Elba aguarda o melhor momento para lançar o disco que tem pronto no computador, planeja gravar outro só com o repertório de Chico Buarque e mantém uma agitada agenda de shows. A nós, só resta comemorar.

Fonte: O Globo

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Elba Ramalho festeja os 30 anos do lançamento de seu primeiro disco, o clássico 'Ave de prata'

RIO - Elba Ramalho está festejando 30 anos de carreira. Mas há controvérsias. Para justificar a festa, ela considera como marco zero de sua trajetória o lançamento de seu primeiro disco, "Ave de prata". Um LP produzido pela CBS e que já tinha em seu repertório compositores que fariam parte de toda a trajetória da cantora, como Dominguinhos, Zé Ramalho, Geraldo Azevedo e Jackson do Pandeiro. A questão é que, na verdade, "Ave de prata" chegou às lojas de discos em 1979. Elba, portanto, estaria completando 31 anos de carreira.

Ela nem liga. E, para coroar a comemoração, está lançando um CD e um DVD com a gravação ao vivo do show que fez em Recife, em março deste ano, para celebrar o aniversário da cidade e, por tabela, os tais 30 anos de carreira. Batizou tudo justamente de "Marco zero" e desfiou um repertório de sucessos do qual fazem parte "De volta pro aconchego", de Dominguinhos e Nando Cordel; "Banquete dos signos", de Zé Ramalho; e "Canta coração", de Geraldo Azevedo e Carlos Fernando. Esta última foi o maior sucesso de "Ave de prata" e o primeiro estouro dos muitos estouros de Elba.

- Eu não sabia, de fato, o que era gravar disco - diz, hoje, a cantora. - Meu primeiro disco tem força, tem uma sonoridade interessante, mas eu não estava preparada.

- Ninguém estava preparado para gravar com a nova tecnologia da época - atesta o produtor do LP, Carlos Sion. - Estávamos começando a usar estúdios com 16 canais, podíamos refazer instrumentos em canais diferentes. Poderia ter saído melhor. Mas tudo, na época, poderia ter saído melhor. O disco tem muita energia, não tem maquiagem. É um clássico, um disco para colecionadores.

"Os tempos mudaram. Isso obriga a gente a ser mais criativa. A gente fica mais motivada. Eu sobrevivo de shows"

Entre os pontos altos do disco que o teriam transformado em clássico, Sion lembra o solo de guitarra de Lulu Santos em "Kukukaya", de Cátia de França. Cita ainda o naipe de compositores que não se esperaria encontrar no disco de uma cantora regional, como Novelli e Márcio Borges ("Razão de paz"), David Tygel e Cacaso ("Cartão postal"), Walter Franco ("O dia do criador") e Vinícius Cantuária ("Filho das Índias").

- Tem ainda um dos melhores fonogramas que já produzi: o de "Ave de prata", de Zé Ramalho. É Elba com cordas. Ela está cantando muito. É espetacular. As pessoas implicavam com a forma como Elba ou Fagner cantavam. Diziam que eles tinham voz de taquara rachada. Nós é que tínhamos que aprender a trabalhar com vozes que não eram o padrão comercial da MPB. Trabalhar com o registro médio, diminuir o agudo... Tínhamos que aprender a trabalhar com o diferente. Esse disco mostra isso. E mostra que o cantor vindo do Nordeste não precisava cantar só forró.

"Ave de prata" foi o ponto de partida de uma carreira que levou Elba a cantar no Olympia de Paris, no Blue Note de Nova York, na Brixton Academy de Londres e, claro, no Canecão aqui do Rio mesmo. Foram 30 (ou 31) anos, 30 discos e mais de seis milhões de discos vendidos. Elba é do tempo em que as gravadoras eram poderosas e os artistas vendiam milhões.

- Antigamente, eu já saía com cem mil discos vendidos. Era disco de ouro antes de chegar às lojas. Eu fazia show quase todo dia. E ainda tinha a televisão, com o programa do Chacrinha e o "Globo de Ouro". O "Fantástico" exibia três clipes musicais a cada edição. A gente tinha os veículos de comunicação a nosso favor. A força da internet acabou com o mundo fonográfico - diz Elba.

Ela se lembra de uma lenda desses tempos, o João da Condil. Era um empresário que possuía 80 lojas de disco no Nordeste:

- Só com as compras dele eu já ganhava um disco de ouro. João quebrou. Os tempos mudaram. Isso obriga a gente a ser mais criativa. A gente fica mais motivada. Eu sobrevivo de shows. Existe no mercado corporativo uma lista de dez nomes de artistas que dão certo para animar convenções: Jorge Ben, Ivete Sangalo, Daniel... Eu estou entre esses dez nomes. Eles sabem que, no meu show, o povo da convenção vai se divertir.

Fonte: O Globo

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Aniversário de Búzios e Cabo Frio terá shows de Elba Ramalho e Reginaldo Rossi

Rio - Tradicional destino dos cariocas nos feriados prolongados, a Região dos Lagos tem mais dois motivos para bombar neste fim de semana. Búzios e Cabo Frio comemoram seus aniversários com shows de diferentes estilos. Elba Ramalho, Sérgio Reis e Capital Inicial são as principais atrações do 15º aniversário de emancipação da cidade que apaixonou Brigitte Bardot. Os shows acontecerão de hoje a domingo, no campo da Sociedade Esportiva de Búzios, a partir das 19 horas.

“Estou festejando meus 30 anos de carreira e acredito que a música aproxima os povos, os brasileiros de um modo geral. É um show para o povo se divertir. O público é que faz com que a gente aconteça”, declara Elba, que fará o show do recém-lançado CD e DVD ‘Elba Marco Zero’, gravado em Recife para celebrar suas três décadas de estrada.

Pelos 395 anos de fundação de Cabo Frio, o sertanejo e o brega embalam a festa com shows da dupla Pedro e Thiago, hoje, às 21h, e Reginaldo Rossi, amanhã, no mesmo horário, no Jardim Esperança. Haverá ainda, de sexta a domingo, rodeio com a companhia Marco Timóteo, parque de diversões e feira de artesanato. A festa também terá espaço para louvor gospel com o cantor André Valadão, domingo, às 20h, na Praia do Forte. “Estou com saudade de fazer show no Rio de Janeiro”, revela Reginaldo Rossi, que promete uma apresentação irreverente, incluindo a clássica canção ‘Garçom’, de sua autoria.

BÚZIOS. Sociedade Esportiva de Búzios. Estrada da Usina s/nº, Centro, em frente à Prefeitura. A partir das 19h, hoje, Lenildo do Forró e Sérgio Reis, amanhã, Faixa Etária e Capital Inicial, e domingo, Trio Pé de Serra e Elba Ramalho.

CABO FRIO. Jardim Esperança. Estrada de Búzios s/nº, próximo a agência do Banco do Brasil. Amanhã, a partir das 21h, grupo Forroxé e a dupla sertaneja Pedro e Thiago. Domingo, também às 21h, Rick Costa e Banda e Reginaldo Rossi. Sáb, às 20h, show do cantor gospel André Valadão na Praia do Forte. Rua Anibal Amador do Vale s/n, Algodoal, próximo ao Teatro Municipal.

Fonte: O Dia Oline

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Elba edita 'Forró Brasileiro' e grava Chico a partir de show feito com Wolf

Sob a produção de Cezinha do Acordeom, Elba Ramalho gravou um disco intitulado Forró Brasileiro. A cantora - vista no post em foto de Renato Filho - pretende editar em 2011 este CD, ainda não mixado. Na sequência, Elba planeja estrear show dirigido por Wolf Waya com roteiro centrado na obra de Chico Buarque. A ideia é que, a partir do espetáculo, a artista grave um disco dedicado ao cancioneiro do compositor de Folhetim, possivelmente já em 2012.

Fonte: Blog Notas Musicais

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Elba no SuperPop

Nesta Quarta, dia 10 de Novembro, haverá a participação de Elba Ramalho no programa de TV SuperPop, da Rede TV, comandado por Luciana Gimenez. A cantora se apresentou ao vivo com a sua banda e cantou 5 músicas do novo CD Marco Zero Ao Vivo. O programa vai ao ar a partir das 22h 15.

Fonte: Site Oficial

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Elba Ramalho grava canção de Vander Lee com banda Pimenta do Reino

Elba Ramalho gravou a canção Onde Deus Possa Me Ouvir do cantor e compositor mineiro com a banda de forró Pimenta do Reino. O dueto ficou muito bacana e a letra da canção tem muito a ver com a filosofia de vida de Elba. Vale a pena conferir o resulta. Eis o link para um vídeo de canção.

http://www.youtube.com/watch?v=8ixqzFhoGqE

Gabriel Lima para o Leoa do Nordeste

Elba confere a estréia da nova montagem do musical Hair


Gabriel Lima para o Leoa do Nordeste

Lenine grava show no Rio que reuniu Gadú, Elba, Queiroga e Pedro Luís

Lenine fez o registro audiovisual do show de encerramento da turnê Labiata, realizado na Fundição Progresso, no Rio de Janeiro (RJ), em 22 de outubro de 2010. No show, o cantor e compositor recebeu convidados como Elba Ramalho (Leão do Norte), China (Excesso Exceto), Pedro Luís (Que Baque É Esse?), Maria Gadú - vista com Lenine na foto de Júlia Morganti (Predileta) durante o dueto em Jack Sou Brasileiro - e Lula Queiroga (A Balada do Cachorro Louco). O artista convocou também seus três filhos - João Cavalcanti (Candeeiro Encantado), Bruno Giorgi (guitarra em O Homem dos Olhos de Raio X) e Bernardo Pimentel. Uma das surpresas do roteiro foi Segue o Seco (Carlinhos Brown), sucesso de Marisa Monte, emendado com trecho de Volte para seu Lar (Arnaldo Antunes), outro tema do repertório de Marisa. O material gravado no show na Fundição Progresso pode ser usado em registro ao vivo do cantor.

Fonte: Blog Notas Musicais
Gabriel Lima para o Leoa do Nordeste

Um Grande Encontro marca os 77 anos de Goiânia

Uma enorme platéia, que não discriminou idade, situação social ou credo, se formou no Parque Flamboyant para acompanhar o espetáculo musical

Para comemorar os 77 anos de Goiânia nada melhor do que um “Grande Encontro” entre estrelas da MPB. O show do os cantores Geraldo Azevedo, Alceu Valença e Elba Ramalho, realizado no último sábado, 23, foi mais um presente à população goianiense durante as comemorações do aniversário da cidade.

Uma enorme platéia, que não discriminou idade, situação social ou credo, se formou no Parque Flamboyant para acompanhar o espetáculo musical. Geraldo Azevedo inaugurou o palco com a canção “Ela é bonita”, sendo acompanhado pela enorme platéia. Em seguida, a cena foi tomada por Alceu que exibiu seu batuque elétrico, preparando o palco para Elba que entrou como sempre irradiante. A cantora paraibana fez questão de manifestar sua alegria e de seus colegas de palco em participar das festividades de aniversário da cidade. “Eu estou muito honrada, e tenho certeza que Geraldo e Alceu também, de participar dessa festa maravilhosa. Parabéns Goiânia!”, felicitou Elba.

Antes do show, os três cantores receberam o prefeito Paulo Garcia, o secretário municipal de cultura, Kleber Adorno e a reportagem do Goiânia em Rede, para uma conversa rápida. Durante o papo Alceu confidenciou ter um apreço especial por Goiânia, que segundo ele, foi a primeira cidade em que se apresentou no circuito nacional. “Confesso que tenho um carinho muito especial por Goiânia por isso. Sempre sou recebido muito bem e espero voltar para muitos outros shows.”

Patrocínio
O espetáculo musical “Grande Encontro”, que já percorreu palcos do Brasil e do mundo, foi patrocinado pela Prefeitura e pela Oi Futuro, entidade que configura o braço de responsabilidade social da empresa de telefonia Oi. Segundo seu diretor, Jorge Zunga, a função dessa instituição é incentivar a cultura, o esporte, o meio-ambiente, programas de tecnologia e inclusão social. “Após a fusão da Brasil Telecom e a Oi, passamos a atuar no estado de Goiás. Nós queríamos marcar nossa entrada com a parceria na realização de algum evento. Foi quando surgiu a oportunidade e o prefeito nos convidou para patrocinar o show. Percebemos que essa era uma oportunidade ideal não apenas para promover a cultura no estado, mas também para mostrar que a Oi futuro tem essa característica de inclusão social”, afirmou o diretor.

O secretário de cultura da cidade, Kleber Adorno, destacou que além de qualidade, a Prefeitura se preocupou com a diversificação das atrações durante as comemorações do aniversário da cidade. “Estamos dando qualidade à nossa comemoração com uma programação artística variada para atender a todos os gostos. No caso, esse show de MPB com três ídolos da música popular brasileira é um presente da prefeitura de Goiânia para todos os goianos”, homenageia Adorno.

Além do prefeito Paulo Garcia e do secretário de cultura, o show o foi acompanhado por várias autoridades que passaram pelo camarote reservado para os convidados do Prefeito Paulo Garcia e à imprensa.

Ao final da apresentação, o Grande Encontro atendeu à solicitação do prefeito Paulo Garcia e se reuniu no palco para cantar os três juntos. Desfecho esperado ansiosamente pela platéia que adentrou o aniversário de Goiânia cantando e dançando com Geraldo, Alceu e Elba.

Fonte: Portal da Prefeitura de Goiânia
Gabriel Lima para o Leoa do Nordeste

Elba Ramalho celebra democracia, amor e unidade em Cubatão

Segundo dia do Cubatão Danado de Bom também teve maracatu e muito forró.

Em 30 anos de carreira, foi a primeira vez que a paraibana Elba Ramalho se apresentou em Cubatão, graças ao I Festival de Cultura Nordestina Cubatão Danado de Bom. A cantora foi a atração mais aguardada do dia, que contou com a presença de 8 mil pessoas.

Elba começou o show com "Tu vens", de Alceu Valença, atração de hoje do
Festival. “Isso é democracia, amor e unidade”, celebrou, durante a
apresentação que durou quase uma hora e meia. Mesmo sob forte chuva, o
público cantou e dançou sucessos como "Chão de Giz" e "Bate Coração".
“Parabéns a essa festa que integra o Brasil. Antes o nordestino
era visto como um povo exótico e hoje estamos todos unidos”, observou
Elba, momentos antes do show.

Fonte: Site da Prefeitura de Cubatão
Gabriel Lima para o Leoa do Nordeste

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Elba canta para dom Eugênio‎

Elba Ramalho vai cantar "Asa Branca" na missa comemorativa dos 90 anos de dom Eugênio Sales, prevista para este sábado, às 9h, na Catedral do Rio de Janeiro. A cantora está atendendo a uma convocação do próprio dom Eugênio que tem o "hino" de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira como sua música preferida. O aniversário de dom Eugenio, na verdade, é na segunda-feira, dia 8. Mas a comemoração foi adiantada para sábado, dia 6. Também no sábado, a GloboNews exibe, às 21h05m, um "Dossiê Globo News especial" sobre o ex-cardeal do Rio de Janeiro.

Fonte: Blog do Xexéo

Cissa Guimarães recebe carinho de Elba Ramalho durante jantar no Rio

Cissa Guimarães e Elba Ramalho se encontraram em um restaurante do Leblon, na Zona Sul do Rio, nesta segunda-feira, 1º, e aproveitaram para matar a saudade. A atriz e a cantora foram ao local com grupos diferentes de amigos, mas conversaram durante um tempo e Cissa recebeu o carinho de Elba.

Cissa Guimarães e Elba Ramalho conversam e trocam carinho

O abraço apertado das duas

Fonte: EGO

Marco Zero ao Vivo celebra os "30 Anos de Música da Leoa do Nordeste

Marco Zero ao Vivo, título mais recente da discografia de Elba Ramalho, assim como o DVD homônimo, que deve chegar às lojas em breve, foi gravado e lançado sob o pretexto de comemorar os “30” anos de carreira musical da cantora. Na verdade, neste ano nossa Leoa do Nordeste já comemora 31 anos do lançamento de seu primeiro e belíssimo álbum, Ave de Prata, lançado em 1979, mas, devido às complicações desse mercado fonográfico caótico, que só valoriza o que não tem valor algum, o projeto – que seria gravado no ano passado – acabou sendo viabilizado apenas em março deste ano. Daí o “atraso” nas comemorações dos 30 anos de carreira de fato. Mas o que importa datas exatas? O importante é comemorar; ainda mais quando quem ganha o presente são os fãs desta brilhante cantora que há “trinta e poucos” anos encanta o Brasil e o mundo com sua ginga, sua raça, sua presença cênica incomparável, seu carisma e, acima de tudo, seu TALENTO sem igual.

Atualmente, entre os fãs de Elba, muito se tem discutido a respeito do porquê de um projeto comemorativo sem retomar os GRANDES sucessos, aqueles que tocaram a exaustão nas rádios, em uma época em que a MPB de qualidade – de todos os estilos e gêneros – ainda tinha vez nos meios de comunicação do país. A discussão é bastante válida e saudável! Mostra que a arte de Elba continua mexendo com as emoções de quem a prestigia! Além disso, serve até como uma humilde sugestão de nós fãs para que a cantora, em seus próximos shows, volte a nos brindar com alguns desses sucessos inesquecíveis como Doida, Ouro Puro, Temporal, Remexer... É preciso destacar, no entanto, que a ausência destes sucessos não diminui em absolutamente nada, a beleza, a importância e a coerência deste Marco Zero ao Vivo na carreira de Elba.

É inegável que Elba – e aí é imprescindível destacar também a competência de sua equipe, comandada por Alexandre Valentim, fiel escudeiro de nossa musa há anos – conseguiu algo admirável: levou cerca de 200.000 pessoas ao Marco Zero para assistirem à uma mega produção, repleta de convidados ilustres. Gravou um DVD que – pelas poucas imagens que já vimos até agora e por relatos de muitos fãs que estiveram presentes em tal gravação – será antológico, com direito, inclusive, a tomadas aéreas. Mas nada disso teria valor algum se a cantora não estivesse cercada de um repertório realmente especial e de músicos fantásticos – nós fãs também temos que agradecer muito essa banda fantástica que acompanha Elba nesse trabalho, pela criatividade, talento, arranjos geniais...

Logo de cara, a audição do cd nos anuncia que um grande espetáculo sonoro está por vir. Já na primeira faixa, Elba mostra que está cantando cada vez melhor, com mais potência, mais afinação e que seu timbre fica mais bonito a cada trabalho. A primeira faixa de Marco Zero Ao Vivo é Anunciação, de Alceu Valença, que a artista interpreta há algum tempo em seus shows, mas nunca havia registrado. A cantora já entra em cena saudando àqueles que foram importantes em sua trajetória; Alceu, com certeza é um deles: logo que chegou ao Rio de Janeiro, em meados da década de 1970, depois de uma temporada não tão bem sucedida com o grupo Quinteto Violado, no espetáculo A Feira, Elba fez backing vocal em alguns dos primeiros álbuns de Alceu e estabeleceu uma parceria com o pernambucano que, ao longo de toda sua trajetória como intérprete, rendeu saborosos frutos ao público de ambos. Seria impossível o cantor não estar presente nesta festa dos 30 anos de música de Elba, se não pessoalmente - já que estava cantando na mesma noite em Olinda – ao menos com suas canções.

Outro desses parceiros que a Leoa conhece de longa data e que também é homenageado no cd é Zé Ramalho, primo distante que conhece o talento de Elba desde fazia uma espécie de “direção musical” de uma banda de rock da Paraíba, ainda na década de 60, chamada The Golden Girls, que tocava covers de Renato e Seus Blue Caps, Roberto Carlos e Beatles. Elba cantava e tocava bateria nesta banda e desde então mostrava toda sua veia artística; um diamante bruto a ser lapidado. Tempos depois, quando a artista já estava no Rio de Janeiro, trabalhando como atriz em diversos espetáculos teatrais e, paralelamente, tentando uma carreira de cantora, Zé a convidou para fazer backing vocal em seu disco Avohai – prestem atenção e perceberão o timbre de Elba nos vocais de canções como Vila do Sossego e Chão de Giz. A Leoa do Nordeste já era tão performática, tão carismática, que, durante os shows de lançamento do LP de Zé, acabou chamando a atenção de um executivo da então CBS, que a convidou para gravar seu primeiro disco. Trinta anos mais tarde, Elba, agora uma cantora de renome internacional, homenageia este parceiro de estrada interpretando diversas canções de sua autoria neste Marco Zero ao Vivo. A primeira delas é Banquete de Signos, música já gravada algumas vezes por Elba – a primeira delas em seu segundo disco Capim do Vale de 1980 - mas que ganha, neste novo trabalho, registro definitivo. A regravação soa forte, vigorosa, pungente, rascante. Em alguns momentos nos remete a um duelo de violeiros no sertão! Linda!!

Findado o Banquete de símbolos e misticismos de Zé, Elba faz sua primeira homenagem à outros desses parceiros que a acompanham há tanto tempo: Geraldo Azevedo, que a cantora conheceu no Rio de Janeiro em meados da década de 70; ela atriz do grupo Chegança, comandado por Luís Mendonça, e ele diretor musical do trabalho que a companhia estava preparando – A Chegada de Lampião ao Inferno. Com Geraldo, Elba já riu, chorou, dividiu apartamento – que sediava festas com a presença de convidados tão ilustres como Chico Buarque – e, principalmente, produziu páginas belíssimas na MPB. O cantor e compositor fez a direção musical de Ave de Prata e, para este primeiro trabalho da Leoa, compôs, especialmente Canta Coração que a dupla revive neste cd comemorativo, em uma interpretação marcante. A canção ganhou um novo arranjo, muito diferente do original e tão bonito quanto! Mais um show de talento da cantora, de sua banda e de seu amigo Geraldo Azevedo.

Já tendo conhecido e se tornado parceira de Alceu, Zé e Geraldo, Elba acabou se encontrando com aquele que, segundo ela mesma, foi um dos primeiros anjos de sua carreira, Chico Buarque de Hollanda. A parceria de ambos começou ainda em 1977 – embora Elba não conhecesse o compositor pessoalmente nesta época – quando a artista, ainda como atriz, integrou o elenco do filme Morte e Vida Severina de Zelito Vianna, no qual, além de atuar, cantava em quase toda a trilha sonora, criada por Buarque com base no poema de João Cabral de Mello Netto. É de Chico a próxima canção revivida por Elba, Morena de Angola, já registrada pela cantora no disco Felicidade Urgente, produzido por Nelson Motta e lançado em 1991. Este é outro dos belos momentos do cd; nas mãos da intérprete e de sua competente banda, a canção ganhou novo arranjo, com uma pegada de gafieira, mesclada com ritmos caribenhos e citação de um clássico do choro brasileiro. Dá vontade de parar e ficar ouvindo repetidas vezes esta faixa do álbum, de tão bacana que ficou.

Dando sequência as faixas do novo álbum, a cantora homenageia mais um grande compositor brasileiro que, assim como ela, veio do nordeste naqueles idos anos 70: Ednardo, que, em Marco Zero ao Vivo, comparece com aquela que, em minha opinião, é a canção mais bela do projeto: Pavão Mysteriozo. Não há uma vez que não ouço Elba cantar esta canção que não me emociono. Seja neste novo trabalho (em que ganha arranjo muito delicado, contrastando com a força do canto da intérprete) seja ao vivo, quando, vez por outra, a cantora nos brinda com essa canção, ou seja em seu primeiro registro da canção, no cd Baioque, de 1997. Aliás, Pavão Mysteriozo, a meu ver, também presta uma homenagem aos grandes shows que Elba apresentou mundo a fora nestes trinta e tantos anos de carreira. Em três deles tal composição de Ednardo estava no roteiro: em Leão do Norte, que arrebatou público e crítica, ganhando inclusive o prêmio mais importante na área (APCA) em 1996, em Baioque, um show maravilhoso, todo baseado no espetáculo O Grande Circo Místico de seu já citado ídolo e amigo Chico Buarque, levado aos palcos em 1997 e em o Grande Encontro, que estreou em 1996 e resultou no trabalho mais vendido em toda a carreira da cantora.

Voltando ao passado de nossa estrela, que neste novo cd se entrelaça tão bem com o presente,em 1978, Elba começou a se tornar, de fato, conhecida no meio artístico nacional por conta de sua arrebatadora performance no musical A Ópera do Malandro, escrito por Chico Buarque – novamente ele. Em tal espetáculo, a então atriz dava vida a Lúcia, uma das amantes de Max, interpretado por Otávio Augusto, que havia acabado de se casar com Terezinha, vivida por Marieta Severo. Após uma grande discussão, as duas mulheres do contraventor cantavam O Meu Amor, canção que projetou Elba Brasil a fora, por meio da trilha sonora do musical e do LP Samambaia que Chico lançou em 1979, no qual ela e Marieta repetiram o dueto vivido outrora nos palcos. O LP vendeu tanto que com o dinheiro que ganhou por sua participação, Elba comprou o seu primeiro carro – que, é claro, ela apelidou de O Meu Amor. Com certeza, dentre todas as canções importantes na trajetória da Leoa do Nordeste, esta é uma daquelas que não poderia, de forma alguma, ficar de fora de Marco Zero ao Vivo. E aqui ganha ainda a presença do vozeirão de Alcione, que divide a cena com Elba em mais um belíssimo número do cd. O arranjo, neste caso, lembra muito o original da trilha sonora do musical, com solos de sax, pitadas de bolero e clima de cabaré. Cama sonora perfeita para a voz, emoção e talento dramático de nossa musa.

Dos grandes sucessos da carreira de Elba, o maior deles também está presente no novo trabalho: De Volta pro Aconchego, de Dominguinhos e Nando Cordel, que a cantora gravou – sabiamente em ritmo de canção, ao invés de forró como havia sugerido Dominguinhos – no álbum Fogo na Mistura, lançado em 1985 e que, após se tornar tema da novela Roque Santeiro, ganhou as rádios de todo o país. Uma canção que marcou época e é presença garantida em todos os shows da cantora e que, neste trabalho comemorativo, é cantada em coro por todo o imenso público de Recife.

Após este grande sucesso, a cantora recebe mais um parceiro: Lenine, compositor de talento extraordinário e que foi lançado ao grande público por meio de seus álbuns, que sempre trouxeram algumas de suas mais belas composições. Se ao longo de todos esses anos de carreira, Elba já registrou tantas criações do pernambucano, neste novo trabalho, por sugestão do próprio, optou por inovar: chamou o amigo para, juntos, reviverem Queixa, grande sucesso de Caetano Veloso, outro compositor bastante presente na vida pessoal e artística de Elba. Foi Caetano quem a apelidou, por meio de um autógrafo que lhe deu certa vez, de Flor da Paraíba, título que lhe cai como uma luva e que foi usado para batizar seu cd de 1998, totalmente dedicado ao cancioneiro nordestino. Queixa é, com certeza, a maior novidade do cd e um dos momentos mais belos do trabalho. Nesta canção Elba mostra toda sua força e extensão vocal, indo de belíssimos graves a agudos brilhantes, de forma tão natural que, ouvindo, ficamos com a impressão de que Elba, ao nascer, a primeira coisa que fez foi cantar. É impossível não ficar tocado com o final pungente que os artistas dão à esta música, com os dois artistas declamando letras diferentes de Caetano (Elba declama O Quereres que ela, apesar de nunca ter gravado, foi uma das primeiras a interpretar em seu show no primeiro Rock in Rio e Lenine declama Lua de São Jorge). Poesia pura!

Outra canção nunca gravada pela artista, mas que marcou diversos momentos de sua carreira e que, finalmente ganha seu registro neste Marco Zero ao Vivo é Admirável Gado Novo, que canta em dueto com Zé Ramalho. Entra ano e sai ano e esta genial composição de Zé (que Elba já havia interpretado de forma brilhante durante a turnê Leão do Norte e no show antológico que dividiu com o primo, parceiro e amigo no último Rock in Rio realizado no país, em 2001) continua atual e tocante. Mais um momento emocionante para nós, fãs da boa música brasileira; a canção ganha ainda mais força na voz de Elba. Belíssimo momento do novo trabalho.

Após o dueto com Zé, quem retorna ao palco é Geraldo Azevedo. Juntos, ele e Elba interpretam Chorando e Cantando, uma das melhores composições de Azevedo com Fausto Nilo, gravada pela cantora, pela primeira vez, em 1986 no álbum Remexer. Aliás, quem gravaria esta música naquele ano seria Geraldo, mas Elba insistiu tanto com o amigo que ele acabou cedendo e deixou a canção para ela. Aqui em Marco Zero ao Vivo aparece com arranjo totalmente renovado, com alterações de andamento e pitadas explícitas de tango, que valorizam ainda mais o tom dramático da canção e a força da cantriz Elba Ramalho.

No novo trabalho há ainda espaço para uma canção de seu mais recente álbum de músicas inéditas, Balaio de Amor, lançado em 2009 e vencedor do Grammy Latino de Melhor Álbum de Raízes Brasileiras. A faixa escolhida é a bela É Só Você Querer, de Nando Cordel, na qual Elba divide os vocais com Cezinha, acordeonista de sua banda no show do Marco Zero e produtor do Balaio.

Depois deste momento mais sereno, Zé volta ao palco para reviver com a anfitriã uma de suas composições que se tornou um dos maiores sucessos da parceira: Chão de Giz, que a cantora gravou, pela primeira vez, em 1996 no cd Leão do Norte e imediatamente ganhou as rádios de todo o país e se tornou uma das músicas mais esperadas pelos fãs nos shows da cantora. Este dueto de Elba e Zé nesta canção era um dos momentos mais aplaudidos do espetáculo O Grande Encontro que rodou o Brasil a partir de 96. Em Marco Zero ao Vivo é revivido com algumas novidades no arranjo. Momento de grande emoção para a intérprete, platéia que estava presente na gravação do cd/dvd e ouvintes do trabalho.

Para encerrar esta grande festa em comemoração as suas três décadas de carreira, Elba escolhe dois frevos: o primeiro deles, Chuva de Sombrinhas, de Nena Queiroga e André Rio é uma composição atual, homenageando Pernambuco e seu carnaval muiticultural, com referências à alguns dos maiores e mais importantes artistas daquele Estado. Já o segundo, é outro hit de Zé Ramalho, que há muito tempo encerra os shows de Elba: Frevo Mulher. A festa de Elba, em Pernambuco, só podia mesmo terminar em frevo! Fechamento com chave de ouro para um grande trabalho, de uma grande intérprete brasileira!

Como vocês devem ter percebido, os grandes sucessos radiofônicos da Flor da Paraíba podem não estar presente neste trabalho, mas não há nele uma canção que não tenha uma razão, uma história para estar ali. Marco Zero ao Vivo, além de ser belíssimo, é um show de coerência e de reverência a uma história brilhante e muito especial daquela que, para mim, é a maior cantora, a maior artista de todos os tempos! Estamos aguardando, ansiosamente, o lançamento, o mais breve possível, do DVD. É isso!

Texto de Gabriel Lima